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domingo, 1 de julho de 2012

Cachoeira, uma cidade para ser vista




Não foi à toa que o jornalista e professor João Alvarez escolheu a cidade de Cachoeira como modelo para a aula de fotojornalismo a ser dada aos alunos do terceiro semestre do curso de Jornalismo da Unime. A beleza das montanhas a contorná-la, a singeleza de sua arquitetura colonial a escrever a história baiana na alma de seu povo e a humildade ordeira de sua gente formam um riquíssimo conjunto cultural capaz de fazer inveja à maioria das cidades brasileiras.




Sensualmente lambida pelas águas do Rio Paraguaçu, Cachoeira possui o título de “Cidade Monumento Nacional” devido a seus sobrados, casarões e igrejas a nos remeterem ao barroco tempo da submissão colonial e o de “Cidade Heroica” devido aos grandes feitos de sua gente que lutou nas batalhas de independência do Brasil.
Para quem vai de carro, menos de duas horas separam-na de Salvador e, indo tanto por Santo Amaro como pela BR 101, o seu visitante terá o privilégio de usufruir de um magnífico cenário durante todo o percurso. Pela BR 101, ele receberá o bônus de atravessar a Ponte Dom Pedro II, que é usada pela cidade de Cachoeira para dar as mãos à sua vizinha e irmã São Felix e, juntamente com ela, formar uma das regiões mais bonitas do Estado baiano. Aliás, região essa que no passado serviu como porto de escoamento de muitas riquezas nordestinas, sendo hoje um grande polo turístico da Bahia.



Espalhados pela cidade, os alunos de João Alvarez sentiam-se encantados com o comportamento dos cachoeiranos que se mostravam simpáticos àqueles estranhos que os fotografavam indiscretamente, muitas vezes até sem lhes pedir licença. Uns sorriam, outros faziam poses e um chegou mesmo a perguntar em tom de gozação, “em que jornal vai sair a minha foto?” Os meninos, mais salientes, pediam para ser fotografados e comemoravam felizes ao ver suas imagens nas máquinas dos acadêmicos.


Ao final dos trabalhos, todos percebiam que um dia havia sido muito pouco para registrar fotograficamente as belezas e encantos do lugar. Apesar de todo empenho aplicado no projeto de fotografar a feira local – esta era a pauta inicialmente apresentada, – ninguém conseguiu manter-se preso a este intento. Imagens surgiam por todos os lados, gritando para serem registradas e nenhum dos alunos conseguia se furtar a isso. Aline chegou mesmo a comentar: “É gostoso sentir como se estivéssemos em um enorme Pelourinho!”
Reunidos para discutir os temas inerentes à aula, tinham a sensação de que algo não havia sido fotografado. Um sentimento estranho dava-lhes a impressão de terem que voltar ali para rematar o serviço inacabado. Talvez esse tenha sido um subterfúgio criado por seus subconscientes para disfarçar a saudade que já sentiam ao sair de lá.